Falando do golpe e da crise política que o Brasil vive, a secretária da CUT avaliou que por mais difícil que esse momento seja, permite a dearticulação de segmentos em torno de uma pauta comum. Ela concluiu sua participação no curso Os desafios para a intervenção política e sindical: teoria e prática, informando que as comemorações de 8 de março deste ano estarão centradas no fim das aposentadorias, pelo entendimento de que as mulheres serão as maiores prejudicadas com a reforma da previdência proposta pelo governo golpista. “É uma grande covardia com o povo brasileiro”, resumiu.
A professora e Secretária Adjunta de Cultura da CUT, Anielly Damião, falou sobre cultura e novas estratégias de luta e resistência, durante painel na tarde desta sexta-feira (10). Segundo ela, é importante resgatar o simbólico para fortalecer a luta. “Alguns símbolos difundidos pela mídia têm ajudado a afastar o trabalhador da luta”, afirmou.
É necessário que o movimento sindical se abra mais e estreite o dialogo com outros movimentos, coletivos, artistas e intelectuais, que possuem uma grande e diferenciada capacidade de disseminação das causas, na opinião da secretária. Para Anielly, esse é um elemento-chave para se pensar a renovação e a sustentabilidade do movimento sindical. Segundo ela, “sozinhos nós não vamos conseguir enfrentar a criminalizado da política.”
Aproximar a juventude do movimento sindical por meio de uma nova linguagem, da cultura e das redes socais, é um dos desafios colocados. “Temos que pensar essa aproximação, até para que o movimento seja capaz de renovar suas linguagens e práticas”, defendeu.
Ela enfatizou, no entanto, que não se pode ignorar a importância das batalhas travadas pelos que nos antecederam. “Nossa geração e as futuras precisam ter noção que cada conquista é resultado de um histórico de lutas”, destacou.
Ao ressaltar a importância da cultura como elemento central de rearticulação social, Anielly lembrou que o capitalismo incide na economia, mas também nos comportamentos e nossos valores da sociedade. “A padronização dos costumes, da nação de sucesso, das relações interpessoais e territoriais integra esse processo. A convivência com a diversidade é altamente prejudicada pela visão privatista de mundo”, enfatizou.
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