Na fria noite de ontem, trabalhadores, estudantes e militantes sociais lotaram o Teatro Municipal da Cidade de Osasco para participar do Seminário “Comunicação: ferramenta de mobilização e resistência dos trabalhadores”, realizado pelo Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região, o SECOR.
Na abertura do evento, José Pereira da Silva Neto, Presidente do SECOR, destacou a importância das organizações sindicais utilizarem os mais diversos veículos de comunicação para resistirem ao golpe e, sobretudo, para combater a Reforma Trabalhista e da Previdência que o governo tenta aprovar. Daí a necessidade de se dialogar com expressivos comunicadores como os debatedores Altamiro Borges, Conceição Oliveira e Guilherme Boulos.
Primeiro a falar, Altamiro Borges, do Blog do Miro, falou sobre a participação da mídia oligopolista brasileira no golpe perpetrado contra a Presidenta Dilma, mas, sobretudo, contra a classe trabalhadora nacional. Segundo ele, os grupos de comunicação dominante mentiram durante todo o processo, porém, “o maior instrumento de manipulação da mídia é o realce e a omissão, destacando o que interessa pra ela e escondendo o que vai contra os seus interesses”.
Em seguida, Conceição Oliveira, do Blog Maria Frô, destacou a importância que os conteúdos produzidos e divulgados na internet tem alcançado, tanto para desinformar, quanto para informar. Conceição Oliveira lembrou, ainda, dos ensinamentos de Paulo Freire em seu Pedagogia da Autonomia quando o educador destaca que:
Seria uma santa ingenuidade esperar de uma emissora de televisão do grupo do poder dominante que, noticiando uma greve de metalúrgicos, dissesse que seu comentário se funda nos interesses patronais. Pelo contrário, seu discurso se esforçaria para convencer que sua análise da greve leva em consideração os interesses da nação
Por fim, Guilherme Boulos do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) falou sobre a conjuntura política nacional e as formas de resistência ao golpe e às reformas do governo. Segundo Boulos, a aprovação da PEC do teto dos gastos públicos é algo inédito na história mundial, resultando na destruição do pacto constitucional consagrado em 1988, sendo que tais medidas absurdas só poderiam vir de um governo ilegítimo que não tem pretensões eleitorais, já que este projeto de desmonte do país não é capaz de vencer qualquer disputa democrática.
Para o membro da Coordenação Nacional do MTST a resistência só terá sucesso se houver unidade entre os setores progressistas da sociedade. Dentre as pautas que conseguem unificar o país em torno de uma agenda política estão o Fora Temer, as Diretas Já e a luta por Nenhum Direito a Menos, contrapondo-se às Reformas Trabalhistas e da Previdência.
O público, que lotou o teatro, teve a oportunidade de fazer perguntas para os convidados, enriquecendo ainda mais o diálogo. Para o Dr. Paulo de Carvalho Yamamoto, da Advocacia Garcez, o evento foi um grande sucesso e permitiu que todos os presentes saíssem de lá com novas ideias para fomentar a resistência necessária neste período de grande insatisfação política vivida pelos brasileiros.
Ao final do evento, palestrantes, organização e público presente fizeram falas lembrando da importância da Greve Geral que está sendo construída na sociedade no próximo dia 30 de junho.